Leitura de poesia: "Nada explica, nem consola"
Nada explica, nem consola "Aqui está-se sossegado Longe do mundo e da vida, Cheio de não ter passado Até o futuro se olvida. Aqui está-se sossegado. Tinha os gestos inocentes Seus olhos riam no fundo, Mas invisíveis serpentes Faziam-a ser do mundo. Tinha os gestos inocentes. Aqui tudo é paz e mar. Que longe a vista se perde Na solidão a tornar Em sombra o azul que é verde! Aqui tudo é paz e mar. Sim, poderia ter sido... Mas vontade nem razão O mundo têm conduzido A prazer ou conclusão. Sim, poderia ter sido... Agora não esqueço e sonho. Fecho os olhos, ouço o mar E de ouvi-lo bem, suponho Que vejo azul a esverdear. Agora não esqueço e sonho. Não foi propósito, não Os seus gestos inocentes Tocavam no coração Como invisíveis serpentes. Não foi propósito, não. Durmo, desperto e sozinho. Que tem sido a minha vida? Velas de inútil moinho - Um movimento sem lida... Durmo, desperto e sozinho. Nada explica nem consola. Tudo está certo depois. Mas a dor que nos deso...
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