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Seashells and Their True Belonging

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Once I had the habit of gifting people with seashells Today I went to the beach and started, almost automatically, to pick up seashells. The sea line was near, the water was cold. The view was amazing. A dark blue pictured the feeling of coziness and fear at the same time: time is passing by. I felt grounded, fully aware of the simple yet profound gift of being alive. I felt centered by the awareness of being alive. In the moment I got them collected, someone was drawn into my memory, and one question was also brought up: "Who am I gifting with this? Who deserves to be loved by me through this?" Just today my conscience made me acknowledge I was giving people something that wasn’t even mine in the first place. How dare I?  Maybe that's the cool part of experiencing places. We can’t bring back the Egyptian pyramids, the snow from Canada, and the joy you felt when spending time in Disneyland. Life can’t be held in someone’s jar. Someone I love told me yesterday that maybe, ...

Textos que já enviei: por que se presenteia o outro?

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Querida X  Uma vez você me perguntou o porquê de estar te presenteando. Depois de refletir um pouco, acho que sei a resposta pra te dar:   Gosto de demonstrar que amo enquanto sinto.  Muitos esperam para permitir que o outro saiba sobre seus sentimentos em momentos únicos e especiais: no final de ciclos ou em datas comemorativas. Que momento seria mais especial que o hoje? Para mim todo dia é um presente. Todo dia é especial e único. E constantemente me emociono por estar sendo orientada por ti. Grande honra! Sou orientada na pesquisa, mas também sinto que aprendo algo de muito raro com você: a ser pessoa.         A recuperação do sentido de nosso ofício de mestre não passará por desprezar  a função de ensinar, mas reinterpretá-la na tradição mais secular, no ofício  de ensinar a ser humanos.  Podemos aprender a ler, escrever sozinhos, podemos aprender geografia e a contar sozinhos, porém não aprendemos a ser humanos se...

Textos que já enviei: a interação com o outro

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Querido X Ao ouvir uma música que conheci porque me enviou, hoje pensei sobre o porquê de certas músicas mexerem tanto aqui dentro. 🎶:  https://open.spotify.com/ track/2ScAPgiv2nJmADqClv28ce? si=dqUhroEJR2aiyAQYzOjj1w Nessa imagino que seja porque explicita o grande acaso que é se relacionar com alguém. Dentre todas as muitas pessoas, há encontro. Há escolha e aleatoriedade. Além disso, demonstra o momento e a matéria-prima para que uma relação comece: certa vontade. “Se eu não te contar, você nunca vai saber de mim.” Em toda a música, a dinâmica do contato é explorada em suas múltiplas possibilidades: pode haver desencontro, encontro, procura por saber e até mesmo a quebra da confiança que baseia a interação. *1 "Se eu te contar, não vá espalhar por aí" A possibilidade de haver ruptura do laço que intencionalmente se criou, me assusta. Mas acordos são mutáveis, assim como tudo da vida. Daí talvez a preciosidade que é investir em alguma relação: nada se tem, tudo é apenas (e...

Textos que já enviei: mar sem sol

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Assunto: O sol que em mim está  Querido X Você me pergunta o porquê de eu ir a praia constantemente. Mesmo  quando não há sol, o porquê de eu fazer isso comigo mesma. Vou à praia pelo mar, não pelo sol. O sol se torna secundário, pois sinto que, de certa maneira, ele precisa estar em mim. Não posso depender de elementos externos, como o sol, para conseguir ir a espaços. Nunca fui a pessoa que espera o clima para procurar satisfazer algo em mim. Não diria desejo, visto que esse termo parece carnal e, por isso, um pouco frívolo. O que sinto é algo que se justifica de todas as formas possíveis, já que analiso de maneira racional previamente, durante e depois e mesmo assim não vejo motivos para me impedir. Além disso, há satisfação interna com esse tipo de atitude. São os quinze segundos durante a apresentação de um projeto trabalhoso, os primeiros minutos durante um mergulho ou os segundos nos quais sinto o vento mexer com meus cabelos diante o mar. Isso me cativa. Nesses pequeno...

Leitura de textos: "Livro do desassossego" de Fernando Pessoa

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  Link áudio texto "Livro do desassossego" de Fernando Pessoa 112. "Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém.  É um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa. O onanista é abjeto, mas, em exata verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso. É o único que não disfarça nem se engana. As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois "amo-te" ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstrata ...

Fashion Film

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                  Algumas das fotos feitas no dia de gravação:                    

Leitura de poesia: "Nada explica, nem consola"

 Nada explica, nem consola "Aqui está-se sossegado Longe do mundo e da vida, Cheio de não ter passado Até o futuro se olvida. Aqui está-se sossegado. Tinha os gestos  inocentes Seus olhos riam no fundo,  Mas invisíveis serpentes  Faziam-a ser do mundo. Tinha os gestos inocentes. Aqui tudo é paz e mar. Que longe a vista se perde Na solidão a tornar Em sombra o azul que é verde! Aqui tudo é paz e mar. Sim, poderia ter sido... Mas vontade nem razão O mundo têm conduzido A prazer ou conclusão.  Sim, poderia ter sido... Agora não esqueço e sonho. Fecho os olhos, ouço o mar E de ouvi-lo bem, suponho Que vejo azul a esverdear. Agora não esqueço e sonho. Não foi propósito, não Os seus gestos inocentes Tocavam no coração Como invisíveis serpentes. Não foi propósito, não. Durmo, desperto e sozinho. Que tem sido a minha vida? Velas de inútil moinho - Um movimento sem lida... Durmo, desperto e sozinho. Nada explica nem consola. Tudo está certo depois. Mas a dor que nos deso...